A FALTA QUE O
LEÃO FAZ - II
Prof Eduardo
Simões
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Um símbolo! O
resultado da estupidez humana a serviço do monocromatismo sexual. A jovem
caçadora americana Kendall Jones,19, posa ao lado do corpo de um raríssimo leão
branco, morto por ela, em uma foto postada no seu facebook. Kendall Jones pode
ser considerada o mais jovem ser humano a ter morto os cinco grandes (leão,
elefante, hipopótamo, rinoceronte e búfalo), com apenas 13 anos! O que é ser
homem e ser mulher requer uma discussão muito mais profunda e inteligente, ou
menos politicamente correta, do que acontece hoje. Entre os povos germânicos o
monocromatismo sexual ocorre por exacerbação do masculino, de onde as mulheres
competirem com os homens nas habilidades mais guerreiras e agressivas, enquanto
que entre os latinos se dá por exacerbação do feminino, de onde todo o enorme
culto ao feminino, que vemos na nossa televisão, por exemplo. Quantas pessoas não votaram pela primeira vez em Dilma Rousseff, sob o pretexto de que as mulheres seriam "mais honestas" que os homens ou que sabiam "administrar melhor"? É isso que estamos vendo?
No final dos anos 1980, de volta ao
Brasil, o ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, desfila pelas praias do Rio de
janeiro, trajando uma sunga de crochê, usufruindo de seu novo sucesso
editorial: O crepúsculo do macho, onde,
de uma forma ainda embrionária, critica concepções da esquerda e da direita
tradicionais, e saúda a nova sociedade dominada por elementos femininos, ou por
uma “natureza” feminina (1).
Na década seguinte novas pesquisas
vieram acrescentar dados “perturbadores” sobre o comportamento natural de
mamíferos na natureza, feitas por cientistas, embasadas em numerosas imagens de
fotos e vídeos, mostrando o homossexualismo como um fenômeno comum a todos os
grandes mamíferos, na natureza, aparecendo, inclusive na capa de uma conhecida
revista, embora bastante sensacionalista, a foto de dois leões machos,
aparentemente trocando carícias.
A televisão não deixou por menos, em um
folhetim da Rede Globo (2), o ator
Floriano Peixoto, vive o papel de um travesti memorável: Sarita Vitti, uma
espécie de super-humano, turbinado por sua dupla natureza, que espanca
valentões, tem sempre bons conselhos, bom caráter, corajoso, respeitador, etc.,
em contraste com os outros personagens masculinos, fracos, imaturos ou mau-caráter.
A mensagem é clara: por dispor de duas naturezas, e mais ainda por deixar
predominar a natureza feminina, Sarita é
superior aos que só compartilham uma única natureza, feminina ou masculina. O
personagem é sábio porque teve a audácia e o “bom senso” de assumir o seu “lado
feminino”, em um mundo onde a inveja do pênis foi substituída pela inveja do
útero, e a emissora começava a assumir a linha heterofóbica, que a caracteriza.
Em contraste com esse personagem, e com
outros que seguirão nessa linha, nos folhetins dessa emissora, quando aparece
um personagem defendendo, na sua totalidade ou em algumas questões, a moral
dita tradicional, este, ou esta, é apresentado sempre como um(a) refinado(a)
hipócrita, é quase sempre o(a) vilão(ã) principal da história ou está a ele(a)
associada(o). E assim, tijolo por tijolo foi sendo desmontado, de dentro para
fora, nos lares brasileiros, o monumento ao homem tradicional, protetor e
provedor da família, assim como os preceitos morais que, aparentemente lhe
davam sustentáculo, e que, com o tempo, haviam se tornado obstáculos às novas
estruturas socioeconômicas, e a sua moral mais pragmática e assexuada.
Criou-se, para justificar tamanha
inversão, o mito do homem “sensível”, como se o homem tradicional fosse
insensível – não o é, ele apenas controla mais as manifestações de sua
sensibilidade, principalmente nas situações difíceis, expondo-se a uma dor
maior, ataques cardíacos e derrames, só para não preocupar demasiadamente a
esposa e filhos, porque ele é movido acima de tudo por valores morais e
sentimento de dever. O prolongamento desse erro tem mostrado que o homem “sensível”
está mais preocupado com a sua própria pele, a principal sede de sua
sensibilidade, e por ela, ele não hesita em expor a pele de filhos e esposa,
pra fugir ou abreviar a sua dor.
Entretanto, estudos recentes feitos
entre populações de leões na África Ocidental vieram abalar os conceitos
politicamente corretos, nascidos da nova ordem sexual (3). A dizimação de
grandes machos saudáveis, por caçadores, que certamente os preferem a leões
muito jovens, velhos ou doentes, está causando uma catástrofe populacional sem
precedentes entre os animais dessa espécie. O que acontece é que na ausência de
um poderoso macho, leões jovens, e até não muito saudáveis, estão tomando à
frente dos bandos, matando os descendentes saudáveis dos antigos chefes,
enquanto geram suas proles, menores, prematuras, fracas e doentias, que, por
sua vez, têm muito poucas chances de vingar na natureza.
Por serem inexperientes ou fracos,
esses leões facilmente perdem a liderança para outros, tão jovens ou fracos
quanto eles, deflagrando nova matança de filhotes, e novas proles,
insustentáveis. As leoas, ao invés do que acontece em muito documentário ridículo,
inclusive da National Geographic, onde uma leoa organiza, sozinha, um bando
vitorioso, https://www.youtube.com/watch?v=4uZ1nTjVmh4, traumatizadas pela
perda de tantas ninhadas, abandonam seus recém-nascidos doentes, e até o bando,
na esperança de encontrar um macho saudável e experiente, que a ajude a formar
um novo bando. Em vão. E assim, só por causa da perda desses machos saudáveis,
tão vilipendiados, embora a quantidade de leões caçados não seja fora do comum,
inclusive porque esse declínio ocorre mesmo dentro de áreas protegidas, a
população de leões da África Ocidental está em risco de extinção imediata.
Qualquer
semelhança com a nossa realidade atual, principalmente a dos nossos jovens,
será mera coincidência? Digo isso porque, como professor estou cansado de ouvir
dizer que o péssimo comportamento dos jovens, que por longo tempo foi associado
à inteligência e à contestação da ordem ditatorial machista, como dizia
Fernando Gabeira (1), hoje mostra claramente
a sua feição ilógica e deletéria. A violência dirigida e regulada, em função
dos interesses bem claros do “macho alfa” foi substituída pela violência difusa
e inesperada dos leõezinhos imaturos, emocionalmente aleijados pela ausência do
modelo, e quiçá da violência lógica dos antigos, a indicar o que deveria ser
preservado e o que deveria ser combatido. Hoje, não sabemos o que preservar e o
que combater. As leoazinhas também estão confusas e inseguras, pela ausência ou
péssimo modelo de pais que ainda estão em casa, engravidam precocemente, logo
dos leõezinhos menos capazes, e se tornam mais um problema para a sua família e
para a escola.
A família, assim
como a sociedade brasileira, está sem rumo. A mulher, sozinha, não pode ser
modelo de pai para os filhos e vice-versa, o mais comum, nesses casos é o
adulto usar das crianças como muleta afetiva, superprotegendo-os, o que torna a
família homoafetiva uma impossibilidade lógica, sociológica, psicológica e
natural. Infelizmente, poucos pensam como um prefeito recente de Paris, um
homossexual assumido, que se mostrou contrário ao conceito de família homoafetiva,
com uma frase que deveria ser lapidada em diamante: “As crianças são mais
importantes [e quanto!], que o direito de possuí-las”.
Aos poucos,
talvez tarde, foram ficando claras as razões do comportamento “parasitário” dos
grandes leões. Descansando, ele poupa as suas forças para os inúmeros
confrontos com leões rivais, e até para ajudar decisivamente as fêmeas a
derrubar grandes presas, e a enfrentar predadores concorrentes, como os bandos
de hienas. Comendo a melhor parte das caças, ele também tem melhor condição de
recompor as suas forças, a serem empregadas em novos combates, onde só ele pode
atuar com vantagens. Enfim, ao se manter vivo, o leão alfa pode garantir a
estabilidade e a boa genética do grupo, indispensáveis não só para o sucesso do
bando como de toda a espécie. Essa é a lição que a natureza está nos ensinando:
tire o grande leão, substitua-o por qualquer um, e a espécie desaparecerá em
dois tempos.
Transferindo os
ensinamentos para a nossa espécie diremos que a nossa sociedade carece enorme e
urgentemente do resgate do homem de valor, do pai de família, firme, estável,
cumprindo o seu papel, senão de mantenedor, nesse ponto a mulher pode
perfeitamente participar e em alguns momentos críticos até açambarcá-lo sozinha,
afinal a linha de produção moderna já não exige tanta agressividade e força
como no passado, mas sem nunca abrir mão do papel de protetor, e de primeira
linha de defesa da família, em vista do bem estar dos filhos e da esposa. E
mesmo que ele tenha menos força do que ela, continua valendo a máxima antiga
que diz que os primeiros a abandonar o navio são as crianças, as mulheres e os
idosos, por fim os homens, se der tempo! E porque isso? Porque é da nossa
natureza, e isso foi Deus quem nos deu; ninguém, nem nada, nos há de tirá-la!!!.
“E vós, maridos,
amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de
purificá-la [não deixar que o mal lhe aconteça, ou sobre ela permaneça]... Assim
também os maridos devem amar suas mulheres, como a seus próprios corpos. Quem
ama sua mulher ama a si mesmo, pois ninguém jamais quis mal a sua carne, antes
alimenta-a e dela cuida... Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se
ligará a sua mulher [o sacrifício é dele], e serão ambos uma só carne... Em
resumo, cada um ame a sua mulher com a si mesmo e a mulher respeite o seu
marido” (Ef 5,25-33; Bíblia de Jerusalém - recomendo)
Notas
(1) “A mentalidade machista que
predomina ainda nas sociedades latino-americanas é uma das causas profundas da
tolerância do povo aos poderes totalitários. Existe uma cumplicidade
inconsciente entre o povo e os ditadores, pois o povo está habituado desde a
infância, a se submeter à autoridade do pai... é incontestável que é quebrando
o machismo dominante que se pode fazer nascer tipos de comportamento que
impedirão a volta desta forma de poder... Há um pequeno ditador que “dorme” nos
pais, nos maridos, nos professores, nos funcionários, e são essas “dobradiças”
bloqueadas que impedem o funcionamento da democracia” (Cohn-Bendit; 1986;
121-122) Livro de Zaíra Ary Farias, frase de Gabeira num debate entre ele e
Daniel Cohn-Bendit, sociólogo e político franco-alemão, em Masculino e feminino no imaginário católico: da Ação Católica à
Teologia da Libertação; Annablume; São Paulo; 2000. Parcialmente disponível
em google-books.
(2) Explode
coração; 1995
(3) Há um artigo completo sobre esse
assunto no seguinte endereço: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0083500
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